quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PRAZERES DA "MELHOR IDADE", por RUI CASTRO

Prazeres da "melhor idade"

A voz em Congonhas anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.". Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" -algo entre os 60 anos e a morte.
Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.
Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.
Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.
Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: "Que nada! Estou voltando da farmácia!". E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.

Rui Castro - Folha de São Paulo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A arte de envelhecer

Rugas mostram a essência da vida

Como viver e conviver bem com a maturidade e o envelhecimento, tanto o nosso próprio quanto o dos outros? Esta é a pergunta-chave que alguns dos maiores pesquisadores da Gerontologia e Geriatria da América Latina respondem no livro Ame todas as suas idades, que está sendo lançado este mês.

Envelhecer pode ser uma arte ou uma tragédia, depende muito do ponto de vista que analisarmos a nossa própria vida e suas conjunturas – diz Rosane Magaly Martins, presidente da ONG Ame Suas Rugas, idealizadora do livro.

Os 13 especialistas que assinam a obra são enfáticos: o idoso precisa, tem o direito e o dever de viver este momento de sua vida em toda plenitude.

Precisamos aprender a viver com 10, 20, 40, 80 ou 100 anos. Precisamos entender que envelhecer é uma tarefa de vida e que deve ser assumida como tal – ressalta Rosane.

Pós-graduada em Gerontologia, a especialista diz que o idoso precisa ser visto com um novo olhar, como um ser ativo, com opinião própria, com potencial de consumo, com atitude, com histórico e com todas as rugas que a vida encravou em seus rostos.

Rugas que demonstram muito mais do que um envelhecimento biológico. Mostram a essência de vida de cada um de nós.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

SP: concurso do mais belo idoso define os finalistas - Diário do Grande ABC

Foram definidos nesta segunda-feira os 25 finalistas do concurso que irá eleger o mais belo idoso da Capital paulista em evento da Secretaria de Estado da Saúde realizado no IPGG (Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia), em São Miguel Paulista, Zona Leste. A final será realizada na quinta-feira (05).

Além do Mister Terceira Idade, serão premiados os idosos vencedores nas categorias Elegância, Simpatia, Sorriso e Timidez, todos com 60 anos de idade ou mais.

A final contará com Marlene Fernandes Mazzeo, ganhadora da edição 2010 do Miss Terceira Idade (mais bela idosa de São Paulo), como jurada. O vencedor do Mister Terceira Idade de 2009, Laudemiro Ribeiro Miro de Souza, 61 anos, também estará presente para passar a faixa para o grande vencedor. A seleção musical será composta por canções dos anos 60.

terça-feira, 2 de março de 2010

Terceira idade muda hábitos de consumo

Eles dispõem de tempo para se dedicar às compras, vão ao supermercado pelo menos cinco vezes por semana e, segundo pesquisa feita pela GFK, possuem potencial de consumo de R$ 7,5 bilhões, o dobro da média nacional. Mesmo com todas essas características, os consumidores da terceira idade ainda passam despercebidos diante dos olhos do mercado, que não costuma traçar estratégias específicas para atrair esse perfil que, ao contrário do que se pensa, não é nada conservador em seus hábitos de consumo.

O Brasil conta hoje com 19 milhões de idosos, faixa etária que mais cresce no país, segundo pesquisa realizada em 2009 pelo IBGE. Eles despontam como um novo filão para empresas de produtos e serviços, pois 80% desse grupo recebe aposentadorias e pensões, além de ter obtido uma melhoria de renda nos últimos 10 anos. O perfil do idoso brasileiro mostra que ele está mais planejado em relação às compras. Pesquisa do Datafolha publicada em 2008 revela que 72% dos idosos saem de casa todos os dias. Além disso, eles sempre pedem uma segunda opinião antes de escolher determinado produto.

“Muitos dados vêm mostrando que o idoso de todas as classes está com um maior poder de compra, além de querer aproveitar mais a vida. Isso se vê principalmente nas classes mais abastadas. A indústria automobilística, por exemplo, tem notado esse crescimento e investiu em profissionais treinados para atender esses clientes”, conta Gilberto Cavicchioli, professor do Núcleo de Gestão de Pessoas da ESPM, em entrevista ao Mundo do Marketing.

O segredo está no acompanhante
O mercado de cosméticos, o setor bancário e as instituições de ensino já começam a ver um mercado promissor no público acima dos 65 anos. Tanto que estão investindo mais nos pontos-de-venda e nos programas de fidelização, pois sabem que os idosos gostam de ser reconhecidos como bons clientes.

Na hora de comprar, muitos deles não escolhem sozinhos o que vão colocar na sacola. Por isso, é preciso, de acordo com especialista da ESPM, traçar uma estratégia que inclua nas ações de marketing aqueles que influenciam na tomada de decisão. “O idoso não é esbanjador e, em geral, gosta de companhia. É preciso identificar quem o acompanha no momento da escolha do produto e incluí-lo no planejamento da ação. Muitas vezes é o amigo, neto ou filho, por exemplo, quem vai diz se ele deve ou não levar o produto, diz Cavicchioli.

Mas é preciso tomar cuidado na abordagem. A aproximação de venda deve valorizar o produto ou serviço que priorize sua liberdade. É importante que a loja entenda a terceira idade no contato visual. “O banco é um acontecimento importante na rotina do idoso. Ele gosta de estar inserido na modernidade, embora ainda tenha certo temor. O lazer, muitas vezes, é sair para realizar serviços cotidianos como o pagamento de contas e compras no supermercado. Mas para lançar estratégias para esse público é preciso levar em consideração algumas especificidades. Não é ressaltando suas deficiências que uma marca vai conseguir conquistá-lo”, ressalta o pesquisador.

Internet muda perfil
Os números divulgados pela Datafolha em 2008 mostram que apenas 5% dos idosos têm acesso a internet no Brasil. Entretanto, a rede mundial de computadores tem sido responsável por uma mudança no ponto de vista dessa classe. O consenso de lealdade às marcas que antes era atribuído a essa faixa etária vem se quebrando ao longo do tempo, embora grande parte da população acima dos 65 anos ainda mantenha preferência por determinados produtos. O que se vê é que quanto mais acesso à informação tem o idoso, mais aberto ele se torna a novas experiências.

“Os que se informam mais estão mais dispostos a mudanças. Conhecer as necessidades deste público é a peça chave para uma iniciativa mercadológica eficaz”, analisa Claudio Felisoni, especialista em comportamento de consumo da Fia, em entrevista ao site, ressaltando que a expectativa de vida desse segmento subiu de 63 anos na década de 80 para 72 anos. Hoje, eles já representam 20% da população economicamente ativa.

O Programa de Administração e Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (Fia) e a Canal Varejo levantaram dados sobre essa mudança de comportamento. A pesquisa Perfil e Hábitos de Consumo na Terceira Idade, atualizada no último ano, ouviu 500 paulistanos de cinco diferentes regiões da cidade e comprovou que 54% dos entrevistados admitiram experimentar novas marcas. Além disso, 20% desses idosos associaram as compras a uma atividade de lazer.

Personagens fora do comum
“Uma das coisas que mais me surpreendeu foi o fato de os idosos não estarem mais tão conservadores. Além disso, o mercado está, pouco a pouco, percebendo o grande potencial de consumo desse grupo etário, que também é um agente modificador. As filas preferenciais nos bancos, os pacotes de turismo especializados para a terceira idade são um sinal de que o comércio em geral já está começando a ver os idosos com outros olhos”, conta o especialista da FIA.

A aposentada Maria Alice Botelho, de 62 anos, se encaixa no perfil pesquisado pela instituição paulistana. Ela vai ao supermercado pelo menos seis vezes na semana e revela que sempre procura experimentar novas marcas. Além disso, é frequentadora assídua de shopping centers, que ela afirma ser uma boa distração para os momentos de ócio.

“Minha ocupação hoje em dia é passear e curtir a vida porque eu já trabalhei muito. Venho ao shopping com certa frequência, não só para comprar roupas, calçados e livros como também para me distrair, ver pessoas. Ele é um ponto de referência pra mim. Minha última compra foi um par de sapatos para minha sobrinha. Ele estava com um ótimo preço e quem comprasse dois ganhava desconto. Acabei levando um para mim”, resume a aposentada, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Já Nelson Pereira garante que 70% das funções que realiza hoje em dia estão relacionadas a operações bancárias e que geralmente usa os bancos de shopping centers por achar mais cômodos e seguros. Mas o aposentado de 70 anos confessa que, entre o pagamento de uma conta e outra, sempre confere os lançamentos das livrarias, além de ver as vitrines das lojas de produtos eletrônicos.

“Gosto muito de livros e também tenho interesse em tecnologia. Mas a gente acaba não tendo tempo para aprender tanta coisa nova que aparece por aí em termos de eletrônicos. O nosso HD já está meio ocupado com filhos e netos”, resume o engenheiro químico.

Eles dispõem de tempo para se dedicar às compras, vão ao supermercado pelo menos cinco vezes por semana e, segundo pesquisa feita pela GFK, possuem potencial de consumo de R$ 7,5 bilhões, o dobro da média nacional. Mesmo com todas essas características, os consumidores da terceira idade ainda passam despercebidos diante dos olhos do mercado, que não costuma traçar estratégias específicas para atrair esse perfil que, ao contrário do que se pensa, não é nada conservador em seus hábitos de consumo.

O Brasil conta hoje com 19 milhões de idosos, faixa etária que mais cresce no país, segundo pesquisa realizada em 2009 pelo IBGE. Eles despontam como um novo filão para empresas de produtos e serviços, pois 80% desse grupo recebe aposentadorias e pensões, além de ter obtido uma melhoria de renda nos últimos 10 anos. O perfil do idoso brasileiro mostra que ele está mais planejado em relação às compras. Pesquisa do Datafolha publicada em 2008 revela que 72% dos idosos saem de casa todos os dias. Além disso, eles sempre pedem uma segunda opinião antes de escolher determinado produto.

“Muitos dados vêm mostrando que o idoso de todas as classes está com um maior poder de compra, além de querer aproveitar mais a vida. Isso se vê principalmente nas classes mais abastadas. A indústria automobilística, por exemplo, tem notado esse crescimento e investiu em profissionais treinados para atender esses clientes”, conta Gilberto Cavicchioli, professor do Núcleo de Gestão de Pessoas da ESPM, em entrevista ao Mundo do Marketing.

O segredo está no acompanhante
O mercado de cosméticos, o setor bancário e as instituições de ensino já começam a ver um mercado promissor no público acima dos 65 anos. Tanto que estão investindo mais nos pontos-de-venda e nos programas de fidelização, pois sabem que os idosos gostam de ser reconhecidos como bons clientes.

Na hora de comprar, muitos deles não escolhem sozinhos o que vão colocar na sacola. Por isso, é preciso, de acordo com especialista da ESPM, traçar uma estratégia que inclua nas ações de marketing aqueles que influenciam na tomada de decisão. “O idoso não é esbanjador e, em geral, gosta de companhia. É preciso identificar quem o acompanha no momento da escolha do produto e incluí-lo no planejamento da ação. Muitas vezes é o amigo, neto ou filho, por exemplo, quem vai diz se ele deve ou não levar o produto, diz Cavicchioli.

Mas é preciso tomar cuidado na abordagem. A aproximação de venda deve valorizar o produto ou serviço que priorize sua liberdade. É importante que a loja entenda a terceira idade no contato visual. “O banco é um acontecimento importante na rotina do idoso. Ele gosta de estar inserido na modernidade, embora ainda tenha certo temor. O lazer, muitas vezes, é sair para realizar serviços cotidianos como o pagamento de contas e compras no supermercado. Mas para lançar estratégias para esse público é preciso levar em consideração algumas especificidades. Não é ressaltando suas deficiências que uma marca vai conseguir conquistá-lo”, ressalta o pesquisador.

Fonte: MADIAMUNDOMARKETING

Existe sim qualidade de vida na terceira idade

Bailes, passeios, caminhadas e daí por diante. A preocupação com saúde e qualidade de vida tem aumentado a expectativa de vida da terceira idade

Jogar dominó e tricotar não é mais a atividade preferida dos vovôs e vovós. Imagens de septuagenários pulando de paraquedas e lançando-se por uma corda ponte abaixo provam que os hobbies da chamada "melhor idade" não estão tão tranquilos e monótonos quanto eram algumas décadas atrás.
Hoje é o Dia Nacional dos Idosos e as comemorações devem ser mais alegres ainda, pois a expectativa de vida dos brasileiros aumenta a cada estudo. Por esse motivo, o termo velho, idoso ou mesmo o arraigado terceira idade estão perdendo o seu sentido e já não podem ter espaço dentro do vocabulário. Você chamaria de idoso, alguém que tem coragem de pular de paraquedas, por exemplo?
Em Francisco Beltrão, ainda, a melhor idade não se arriscou em atividades com mais adrenalina. Mas bailes, passeios, caminhadas e outras atividades, mostram que ficar em casa é a última coisa que eles querem. "A realização destes eventos trouxe uma nova energia aos 'idosos", analisa a secretária de Ação Social, Lourdes Arruda. "A secretaria, em parceria com a sociedade civil, promove todos estes eventos com o objetivo de trazer ainda mais qualidade de vida à terceira idade", conta.
A secretária lembra ainda a implantação das Academias de Terceira Idade, que trouxeram a importância da atividade física para os senhores e senhoras. Hoje, são seis academias implantadas no município; a prefeitura estuda a colocação de mais uma, no bairro Cango.

Programa de apoio à pessoa idosa
A secretaria possui um programa de apoio à pessoa idosa. São eles, os grupos de convivência, Centro de Convivência do Idoso e Condomínio do Idoso. "O Condomínio propicia uma alternativa de moradia à população idosa carente, respeitando suas necessidades básicas, de modo que possam participar do grupo de forma comunitária, dividindo as tarefas do condomínio, com funcionamento em regime aberto", explica a secretária.
O condomínio possui 18 casas, onde moram 28 idosos.

Idosos brasileiros estão com a saúde mais frágil

A saúde do idoso brasileiro está cada vez mais frágil. Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), com mais de 600 pessoas na faixa dos 75 anos na capital paulista, constatou que a saúde dos idosos vai mal no Brasil e que sintomas como perda de peso involuntária, fadiga, fraqueza, diminuição da velocidade de caminhada e baixa atividade física têm se tornado comuns.
De acordo com a pesquisa, em 2006, a síndrome da fragilidade, como foi chamada pelos médicos, atingia 14,1% do grupo. Em 2008, apenas dois anos depois, a prevalência já era de mais de 45%.
Tais sintomas costumam atingir a população acima dos 60 anos e se agrava ainda mais após os 75 anos, quando avança com extrema rapidez.
Entre os idosos considerados frágeis, visitados em 2008, uma parcela de 46,9% sofreu quedas, contra 6% dos não-frágeis. Entre os idosos frágeis, que sofreram quedas, 53,5% foram hospitalizados.
Desses, 50% procuraram serviços de urgência. Entre o grupo de idosos frágeis, 30,6% mostraram necessidade de ter um cuidador, pois não conseguiam realizar sozinhos tarefas como comer, tomar banho ou levantar-se de uma cadeira.
A conclusão é de que a ausência dessas características indica que a pessoa não é frágil. A presença de uma ou duas delas caracteriza a condição de pré-fragilidade - e entende-se que esse é o momento para uma intervenção.
Três ou mais sintomas indicam que a pessoa é frágil e precisa de ajuda.
Os pesquisadores explicam que a síndrome acontece porque a pessoa nessa faixa etária, em geral, come menos, tem perda do paladar e possui menos gasto energético.
O idoso também tem menos massa muscular e, com isso, cansa com facilidade e anda muito devagar, o que lhe impossibilita de praticar atividades físicas com regularidade.
Para os pesquisadores, outro problema da saúde dos idosos no Brasil ocorre em função da falta de planejamento das metas de saúde estipuladas. Segundo eles, não adianta trabalhar para que as pessoas vivam mais se não há qualidade de vida.


Fonte: Minha Vida

Governo quer criar projeto de qualificação profissional do idoso

O secretário do Ministério do Trabalho, Luis Antônio de Medeiros, participou nesta segunda-feira (01/03) de um encontro com a diretoria da Associação dos Aposentados e Pensionistas do ABC. A reunião foi pautada por reivindicações, mas a principal delas diz respeito à criação de cursos de qualificação profissional que garantam condições para que os aposentados e pensionistas voltem ao mercado de trabalho.

Para o presidente da Associação, Benedito Marcílio Alves, aumentar as chances do idoso voltar a trabalhar é fundamental para que ele consiga complementar o valor recebido pela aposentoria, que muitas vezes não é suficiente para suprir todas as necessidades. “Infelizmente o idoso se vê obrigado a voltar a trabalhar porque a aposentadoria que recebe não é suficiente para pagar as contas de casa. Só o convênio médico e os remédios ocupam cerca de 30% ou 40% do orçamento”, lamenta.

Para Medeiros, o projeto também será importante para que os aposentados tenham ocupações durante o dia. O secretário afirma que, depois que o projeto for elaborado pela Associação instalada em Santo André, ele será apresentado ao Ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

“Elaborar um projeto de qualificação ideia do Benedito Marcílio. Acho a proposta muito boa porque o aposentado precisa se ocupar. A qualificação em algumas áreas mais leves poderá ser bom para os idosos. Esperamos que o projeto seja apresentado até o meio de março para que possamos levar isso ao ministro e ele coloque em execução o quanto antes”, completa.

Estima-se que só na região do ABC existam cerca de 400 mil aposentados e pensionistas. Segundo o presidente da Associação, no Brasil, mais de dois milhões de idosos continuam trabalhando mesmo depois de se aposentar.

Durante o encontro o representante do Governo Federal defendeu a aprovação da matéria que iguala o reajuste das aposentadorias e do salário mínimo. De acordo com a proposta que tramita em Brasília, o reajuste para todos os benefícios seria feito com base na inflação mais a variação total do PIB (Produto Interno Bruto).

O governo concorda com este índice apenas para os pagamentos equivalentes a um salário mínimo. Os valores superiores são reajustados apenas com a metade da variação do PIB. Este projeto está sendo debatido no congresso e a esperança é que seja aprovado em definitivo ainda este ano.

Senado aprova isenção do IR para aposentados com mais de 60 anos - Diário do Grande ABC

A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou nesta terça-feira um projeto que isenta aposentados com mais de 60 anos com rendimentos de até R$ 1.434,59 de pagar Imposto de Renda. Atualmente, o benefício se aplica a idosos acima dos 65 anos com aposentadoria da Previdência Social ou previdência complementar. Aqueles que recebem acima de R$ 1,4 mil pagarão IR sobre a quantia recebida a mais.

O projeto segue agora para a Câmara de Deputados, a menos que haja algum recurso para votação em plenário do Senado. O objetivo do projeto - de autoria do senador César Borges - é ajustar a legislação fiscal ao Estatuto do Idoso.

Para justificar sua iniciativa, Borges argumenta que a isenção parcial hoje prevista na legislação do IR tem por objetivo auxiliar o idoso nas necessidades da terceira idade. O relator, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), afirma que o projeto é meritório por eliminar dualidade injustificada nos parâmetros usados na definição de idoso.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Saúde dos idosos, gratuidade de medicamentos e planos de saúde

É importante ressaltar que o que Estatuto do Idoso proíbe é o reajuste do plano de saúde por mudança de faixa etária

O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.747/03) entrou em vigor em outubro de 2003, com a finalidade de assegurar direitos fundamentais aos maiores de 60 (sessenta) anos, criou facilidades e melhores condições. O envelhecimento tornou-se, assim, um direito personalíssimo, ficando o Estado obrigado a efetivar políticas públicas que permitam envelhecimento saudável e com dignidade.

Inúmeros avanços foram trazidos por essa lei, dentre eles a determinação da gratuidade de medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

A lei não exige que o idoso seja carente ou em estado de carência. Com efeito, referido estatuto não prevê requisitos subjetivos, não há necessidade de cadastramento ou habilitação, todos idosos têm o direito de receber medicamentos de forma gratuita, ressaltado que a gratuidade dos medicamentos é uma garantia à saúde, não um assistencialismo do governo.

Para que esse direito seja posto em prática, o poder público precisa criar mecanismos que efetivem a distribuição dos recursos destinados à Saúde, não deixando os medicamentos em local inacessível àqueles que deles necessitam. Nesse ponto, deve ser reconhecido, o governo, cumprindo em parte a sua obrigação, anualmente faz campanhas de vacinas de gripe aos idosos, embora só isso não seja suficiente.

Outra importante garantia trazida pelo Estatuto foi a vedação da discriminação ao idoso nos planos de saúde com a cobrança de valores diferenciados em razão da idade. Existe grande discussão acerca da aplicabilidade desta vedação aos contratos de planos de saúde efetuados antes da vigência do Estatuto do Idoso. No entanto, defendemos o entendimento de que a discriminação em razão da idade nos reajustes dos planos de saúde já era rechaçada pelo artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor e principalmente proibida pelo princípio da igualdade estampado no artigo 5º da Constituição Federal, sendo certo então que deve ser observada a vedação da prática abusiva a todos os contratos de plano de saúde, independentemente da data em que foi firmado.

Ademais o contrato de plano de saúde é de trato sucessivo, tem natureza continuada e quem celebra o faz por tempo indeterminado; vale dizer, quem firma um contrato desta natureza exerce direitos e obrigações sucessivamente, por tempo indeterminado. Desse modo, com o advento do Estatuto do Idoso, todos com mais de 60 anos passaram a ter como garantia a vedação de reajuste em razão da idade.

No entanto, esse não é o entendimento da ANS (Agencia Nacional da Saúde Suplementar) que defende que a proibição de aumento abrange apenas os contratos firmados depois de 1° de janeiro de 2004.

É importante ressaltar que o que Estatuto do Idoso proíbe é o reajuste do plano de saúde por mudança de faixa etária. O reajuste anual ou inflacionário, desde que previsto no contrato, é legítimo.

Ainda no que concerne à saúde do idoso, é assegurado pelo Estatuto o direito de acompanhante em período integral em caso de internação. Mas não basta o órgão de saúde apenas autorizar a permanência do acompanhante, deve proporcionar condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico. Caso não seja possível o acompanhamento ao idoso, o profissional de saúde responsável pelo tratamento deverá justificar por escrito a impossibilidade.

O Estado, como medida de prevenção e manutenção da saúde do idoso, deverá efetivar cadastro da população idosa, atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios, disponibilizar unidades geriátricas de referência e prestar atendimento domiciliar, incluindo internação, para a população que dele necessitar e esteja sem possibilidades de se locomover.

Só assim será cumprida a diretriz do artigo 230 da Constituição Federal, que assegura ao idoso o direito de ser amparado pela sociedade e pelo Estado, que têm o dever de defender sua dignidade, bem-estar e de lhe garantir o direito à vida.

O Estado e a sociedade devem, ainda, implementar medidas que tornem efetivas as garantias elencadas no Estatuto, como campanhas de valorização da família e de respeito aos mais velhos, a fortalecer a cultura de reconhecimento da importante colaboração que os mais velhos deram à sociedade, não podendo ser abandonados e esquecidos na velhice.

Fernanda Ferraz Themer, advogada militante na área cível, integrante da Comissão da Cidadania e Ação Social da 24ª Subsecção de Sorocaba, pós-graduada em direito civil e processual civil pela Universidade Católica Dom Bosco. (presidência@oabsorocaba.org.br)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Idosos são arquivos vivos da sociedade

“O idoso é um tesouro a ser descoberto”, define a psicóloga de Joinville Ana Cristina Colin Storrer. “A experiência de vida dele, seus conhecimentos e o resgate de valores e da própria história para os jovens é de grande valor.” A profissional também acredita que, se houvessem mais oportunidades tanto nos meios de comunicação como nos meios acadêmicos e sociais, o idoso poderia e deveria ser a ponte entre o passado e o presente, pois seu legado é imprescindível para compreendermos a atualidade.

“Desfrutar estes recursos das pessoas idosas como arquivo vivo da história os faria se sentirem valorizadas”, pensa Ana Cristina. “Sem falar que também ajudaria a resgatar no jovem o valor e o significado real da história da sociedade e da vida. A juventude que não conhece a história e não se interessa pelo passado se torna vazia, inexpressiva”, reflete.

Ela acredita que a sociedade moderna escolheu valorizar demais a tecnologia e pouquíssimo as relações humanas. Por consequência, alguns consideram o idoso como obsoleto, por não ter muitas vezes interesse ou vontade de se aperfeiçoar tecnologicamente. Mas não é bem por aí.

A psicóloga acredita que o idoso de hoje é mais arrojado, mais alegre e vaidoso, cuidadoso com saúde, atividade esportiva e lazer, viaja mais e usa mais os recursos financeiros para seu crescimento pessoal. “Vemos o idoso de hoje desejando produzir e sentir-se útil e participativo. Antigamente, uma pessoa com 40 anos já era considerada idosa, vestia-se e comportava como tal. Hoje, eu vejo que o idoso está moderno, atualizado e com o auxílio da medicina prolongou sua vida com qualidade”, diz. Ana Cristina acha que ainda vivemos o paradoxo de propiciar uma vida longa fisicamente, mas não existem oportunidades para o idoso moderno ser ativo e participativo social e psicologicamente.

Idosos devem redobrar o cuidado com a hidratação

Idosos devem redobrar o cuidado com a hidratação
Especialistas orientam a terceira idade a vencer a resistência e ingerir mais líquidos nesta época, quando as temperaturas estão mais altas e o organismo requer mais atenção
Divulgação
Ação: O idoso deve criar o hábito de tomar água, mesmo sem ter sede
MARIA REGINA ALMEIDA
Da reportagem local
Uma alimentação balanceada e muito líquido vão ajudar os idosos a atravessar este período de altas temperaturas. Os especialistas ensinam que as pessoas com mais de 60 anos devem ingerir mais líquidos e, assim, evitar a desidratação, comum nesta fase da vida. O tema é simples de ser tratado, porém é considerado sério na terceira idade, pela resistência deste grupo em mudar seus hábitos.

Fabiano Rocha, médico e professor de Geriatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, explica que durante o processo de envelhecimento existe perda progressiva da quantidade total de água no organismo, uma vez que os mecanismos que a retêm não funcionam tão bem quanto na juventude. "A esse fato estão associados alguns fenômenos interessantes. A pessoa não percebe, por exemplo, que está com sede e não toma água, quando deveria tomá-la mesmo não sentindo sede".
Segundo ele, a situação é mais complicada em cidades de calor intenso e para quem toma diuréticos para controle de doenças cardiovasculares. O especialista faz um alerta: "A possibilidade de a desidratação evoluir para insuficiência renal é agravada pelo uso de certas medicações, como os anti-inflamatórios não hormonais que invariavelmente são prescritos nos casos de dores e artroses. Desidratação é um problema sério para as pessoas idosas. Internadas com quadro grave de desidratação e insuficiência renal, muitas vezes, elas acabam indo a óbito", diz o médico.

Em Santos, na semana retrasada, 32 idosos morreram em dois dias devido ao calor. Eles tinham doenças como diabetes, problemas renais e pressão alta. Para Fabiano Rocha, alguns agravantes contribuem para o quadro de morte, apesar de existir um tratamento simples e barato. "Se não houvesse o abuso de anti-inflamatórios e a pessoa fosse orientada para hidratar-se de forma adequada, essa possibilidade seria mais rara. Infelizmente, hoje em dia, a desidratação é bastante frequente".

Reposição
O médico-geriatra Luciano Raposo Quintas, de Mogi das Cruzes, explica que, com o passar do tempo, o ser humano tem uma desidratação natural e, na terceira idade, essa situação se acentua. "A única forma de repor o líquido que o organismo perde no decorrer da vida é tomando água", orienta.
Segundo ele, o sistema termorregulador do idoso é diferente do de um jovem: "Isso explica o porquê da pessoa idosa sentir mais frio em relação às outras faixas etárias. Aliado a este fator, os idosos não sentem sede, o que dificulta a ingestão de água". Para o especialista, mesmo nestas condições, a água deve ser ingerida. "Tomar sucos e comer frutas, como melancia, abacaxi e laranja, são alternativas recomendadas".

Em seu consultório, o médico diz que se depara constantemente com idosos que resistem em mudar seus hábitos em relação à água e passam a sofrer as consequências. "A falta de líquidos no organismo prejudica o funcionamento do rim, além de deixar a pele ressecada, deixando-a vulnerável às doenças, como micoses e eczemas, dentre outras". Ele recomenda que, por dia, o idoso deve beber entre 1 litro a 1,5 litro de líquido, em qualquer época do ano.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Qualidade de vida da pessoa idosa

Ir. Naim Bezerra Guedes, F.D.C. [ Coordenador da Pastoral da Pessoa Idosa ]

O Brasil está cada vez mais velho. Daqui a 20 anos a pirâmide da faixa etária brasileira vai virar de cabeça para baixo. O número de idosos com mais de 80 anos crescerá 6% ao ano (hoje aumenta 4% ao ano), enquanto haverá queda da fecundidade e a população total começará a diminuir. Neste ano de 2010 começará a decrescer a faixa entre 15 e 29 anos (dados do IPEA).

O número de idosos no Brasil (21 milhões) já supera o de crianças (19,4 milhões). O Rio de Janeiro é o Estado com o maior índice de pessoas com mais de 60 anos (14,9%). No Rio Grande do Norte, 10% da população já é de idosos.

Identificar as virtudes da idade madura é um desafio e vivê-la de maneira positiva é uma questão existencial que se propõe a um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo, uma vez que o envelhecimento populacional está se generalizando. Descobrir as condições que permitem envelhecer bem, com boa qualidade de vida e senso pessoal de bem estar, é tarefa multidisciplinar.

A promoção da boa qualidade de vida na idade madura excede, entretanto, os limites da responsabilidade pessoal e deve ser vista como um empreendimento de caráter sociocultural. Ou seja, uma velhice satisfatória não é atributo do individuo biológico, psicológico ou social, mas resulta da qualidade da interação entre pessoas em mudança, vivendo numa sociedade em mudanças (Featherman, Smith e Peterson).

Predomina o ponto de vista de que envelhecer bem depende do equilíbrio entre as limitações e as potencialidades da pessoa, o que lhe possibilitará lidar, em diferentes graus de eficácia, com as perdas inevitáveis do envelhecimento.

Ter uma boa velhice, seja lá o que isto signifique, não é atributo ou responsabilidade pessoal. Depende, sim, da interação entre o indivíduo e o seu contexto, ambos em constante transformação.

Alguns fatores que interferem na qualidade de vida da Pessoa Idosa: A saúde biológica é um dos mais poderosos indicadores do bem estar na velhice, bem como a maneira pela qual as pessoas lidam com os problemas de saúde. A satisfação com a família. A interação dentro da família, atividades desempenhadas fora dela e satisfação na vida. A situação econômica e psicológica oferece suporte material para o bem estar subjetivo. Este, por sua vez, influencia os modos de lidar com os diferentes graus de qualidade da habitação, com a vizinhança, com a independência econômica e com as expectativas relativas à estabilidade financeira. Descobrir significado para a vida é crucial para os idosos, uma vez que, com a idade, aumenta a probabilidade de experimentação de perdas e eventos incontroláveis. O grau de compromisso do idoso com relações, valores, ideais e tradições significativas que pode ser traduzido em busca de atividades prazerosas, causas sociais e relações de ajuda. A religiosidade também tem sido considerada como fonte potencial de significado pessoal de bem estar espiritual de aceitação da morte, do encontro de um sentido de transcendência para a vida e da satisfação com a vida (Blazer e Palmore).

É preciso saber envelhecer com sabedoria. E os antigos, como Aristóteles, já nos prescreveram a receita: amizades, exercícios físicos, alimentação saudável e o cultivo da espiritualidade.

“É preciso aprender com o vinho a envelhecer sem virar vinagre”(Dom Helder Câmara).

Oito em dez pessoas que cuidam de idosos sofrem de estresse

Aproximadamente 80% das pessoas que cuidam de um familiar idoso sofrem de ansiedade ou estresse, segundo recente pesquisa da Universidade de Granada, na Espanha. O estudo foi realizado com 203 pessoas cuidadoras informais de uma pessoa idosa dependente, e confirmou os riscos de problemas de saúde mental para essas pessoas, particularmente para as filhas de idosos, que frequentemente cumprem esse papel.

De acordo com os autores, as variáveis cognitivas (pensamentos e avaliações) do cuidador têm uma influência decisiva sobre como os cuidadores e as pessoas que recebem esses cuidados se relacionam tanto em relação ao apoio familiar quanto ao suporte institucional. E as variáveis culturais – como os padrões de educação dos pais e o estilo da educação recebida – teriam implicações consideráveis para os cuidadores.

“Efeitos do estresse e da ansiedade são conhecidos por afetar o cuidador informal, mas acreditamos que essas varáveis são insuficientes para explicar a variabilidade que ocorre no comportamento do cuidador em sua relação com aqueles que recebem os cuidados”, concluíram os autores. “O cuidado altamente estressante pode ser crônico e inclui muitos estressores difíceis e incontroláveis, como o fato de testemunhar o sofrimento do amado, de ter de controlar o comportamento estressante, problemas financeiros, isolamento social e desempenhar tarefas de cuidados pessoais que demandam fisicamente e psicologicamente”, ressaltaram especialistas da Universidade do Sul da Flórida, nos EUA, em outro estudo recente sobre o assunto.

Sancionada lei que cria o Fundo Nacional do Idoso

Depois de cinco anos de tramitação no Congresso Nacional, foi sancionada nesta quarta-feira, 20, pelo presidente Lula a lei de autoria do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) que cria o Fundo Nacional do Idoso. O parlamentar se disse feliz com a sanção desta que será uma ferramenta eficaz para implementar políticas para idosos de todo o País. “Agora teremos meios para arrecadar recursos para as políticas necessárias a esta importante parcela da população brasileira”, comemorou.
Beto explica que o grande eixo desta lei é permitir que empresas e cidadãos possam contribuir financeiramente com programas, casas e abrigos que cuidam de idosos. O parlamentar lembra que hoje no Brasil há um grande contingente de idosos desamparados e esquecidos pelas famílias que são colocados nessas instituições que, muitas vezes, não têm recursos suficientes para atendê-los. “Com a lei, essas casas de assistência terão apoio por meio do voluntariado das pessoas. Estou animado porque a lei é de cunho social e representa apoio a pessoas que infelizmente tendem a ser abandonadas pela sociedade”, destaca.
A lei prevê que toda a doação feita a entidades reconhecidas pelos conselhos, inclusive estaduais e municipais, seja abatida do Imposto de Renda em até 1%, a exemplo do que já ocorre com os fundos da criança e do adolescente. “A lei não aumenta a renúncia fiscal já existente, apenas dá uma abrangência maior às possibilidades de doação”, explica.

Uma boa reflexão sobre cuidar de idosos

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Chico Xavier

Amigos,

Ja está no ar o trailler do filme sobre a história do Chico Xavier.
Independente das questões religiosas, pois a entidade é uma organização ecumênica, não podemos deixar de registrar que este personagem brasileiro foi um defensor na prática de que o verdadeiro amor não exige reciprocidade.

Chico Xavier, o filme

Valorização do Idoso

Pessoal,
Esta é a uma campanha de valorização do Idoso que o Governo de Minas Gerais está patrocinando.
Inicio do ano é um ótimo momento para refletirmos qual a nossa real participação na sociedade.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Adote uma criança neste natal!


As nossas crianças têm cabelos brancos e ainda acreditam em Papai Noel!

Entre em contato com a entidade e contribua.

www.casadoanciao.com.br

Centro de Cidadania e Grupo Blue Tree.


Ontem, dia 13/12, a colaboradora Raquel Brandão, esteve no Blue Tree Morumbi, para receber em nome do Centro de Cidadania, as doações do grupo Blue Tree. Recebida pela Chieko Aoki, ela pode contar um pouco da história da nossa entidade.
Abaixo a lista dos materiais que foram doados.
2.278 quilos de alimentos não perecível
895 peças de roupas
819 produtos de higiene pessoal
5.530 fraldas geriatricas

Nosso muito obrigado à Chieko Aoki e aos funcionários do Grupo Blue Tree.

Saiba um pouco mais sobre Chieko Aoki.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O perfil da Longevidade


Conhecer os segredos do envelhecimento saudável e aplicá- los para levar a próxima geração a ultrapassar os 100 anos de vida - e com boa disposição - é uma das prioridades da medicina. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde há cerca de 100 mil centenários, os institutos de saúde governamentais têm financiado centenas de pesquisas com essa finalidade. Um dos estudos mais recentes investigou as características de 246 descendentes de pessoas centenárias.

Os participantes tinham idade de até 75 anos. Resultados parciais do trabalho, intitulado New England Centenarian Study, revelaram uma dimensão inédita da questão: os especialistas descobriram traços de personalidade similares na maioria dos descendentes de centenários.

"A vida é para ser vivida com alegria, trabalho e saúde. Tenho muitos amigos e grande energia"
Amabilis Pereira, médica

Ainda que sejam naturalmente favorecidos pela herança genética que os predispõe a viver mais, a exemplo de seus antepassados, os membros desse grupo teriam também características de temperamento que favoreceriam a vida mais longa.

O traço compartilhado com mais freqüência entre a prole dos centenários americanos é o temperamento menos ansioso, tenso e preocupado em comparação a outros da mesma geração. Ou seja, são aquelas pessoas que enfrentam as contrariedades da vida de um jeito mais tranqüilo. "Ser pouco neurastênico e bastante extrovertido parece influenciar a longevidade", disse à ISTOÉ Thomas Perls, da Universidade de Boston, o principal autor do trabalho. Por neurastênico entenda-se o indivíduo que alimenta uma disposição irritadiça, que se enraivece com facilidade.

As conclusões do trabalho foram tiradas a partir das respostas dadas pelos voluntários do estudo a um complexo teste de personalidade. De acordo com a pesquisa, as mulheres com perspectiva de vida mais longa tiveram uma pontuação ainda mais acentuada do que os homens no que se refere à capacidade de serem agradáveis e de se sociabilizar. Essa é uma regra que faz parte da vida de Amabilis Pereira, 66 anos, médica, de São Paulo, especialista no atendimento a queimados. Ativa, ela faz ginástica, pratica corrida e atende pacientes todos os dias. "A vida é para ser vivida com alegria, trabalho e saúde. Tenho muitos amigos e grande energia", diz. Seus avós passaram dos 90 anos. Mesmo intuitivamente, Amabilis se enquadra no padrão que favorece a longevidade, segundo o pesquisador Perls. "Ser mais afável e ter uma boa rede social faz diferença no tempo de vida."

Os cientistas também se surpreenderam com as condições de saúde de alguns dos voluntários, que apresentaram menores índices de diabetes, infarto e pressão alta em relação a outras pessoas nascidas no mesmo período. Outra curiosidade apontada pelos cientistas é que abraçar novas idéias e ser atualizado não se apresentou como uma condição relevante entre os que vivem mais.

Este estudo se destaca por vários motivos. Pela primeira vez, a medicina conseguiu monitorar os descendentes dos centenários e daí extrair novos fatores implicados na longevidade. "Ele indica o peso da personalidade no aumento ou redução dos anos de vida. Mostra, por exemplo, que ao lado de uma dieta saudável pode ser uma boa providência ampliar a rede de amigos para ter mais saúde e longevidade", diz o geriatra e clínico geral Fábio Nasri, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A lição é clara: a chave para envelhecer com saúde e quem sabe chegar aos 100 anos é levar a vida menos a sério, ser mais agradável e gentil. Não é tentador?


Fonte: Blog Sala de Leituras – 04/08/2009

EVITE QUE O SEU CÉREBRO ENVELHEÇA


Você quer manter o seu cérebro funcionando direitinho, mesmo com o passar dos anos? Pois é, não só você. A maioria das pessoas tem a mesma preocupação, e um novo estudo confirma que a inquietação tem motivos: 53% das pessoas têm um leve declínio nas funções mentais aos 79 ou 80 anos, e aproximadamente 16% têm problemas mais sérios com a memória e outras funções cerebrais com o envelhecimento.

A boa noticia é que você não precisa fazer parte das estatísticas. Um estudo realizado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos mostrou que uma em cada três pessoas que participaram da pesquisa não teve nenhum problema de memória, quando passaram dos 70 anos. O estudo acompanhou 2509 homens e mulheres durante mais de oito anos. Todos os participantes tinham ao menos 70 anos no inicio dos estudos.

Analisando mais de perto esse grupo de pessoas os pesquisadores perceberam que há muito que se pode fazer para melhorar a memória. De acordo com a pesquisa, o segredo é exercitar-se – e manter atividades mentais e uma vida social agitada também ajudam. Confira algumas das maneiras de manter seu cérebro jovem por mais tempo:

1 – Continue estudando: pessoas que se formaram no ensino médio tiveram de duas a três vezes mais chance de ficar no grupo dos que mantiveram as funções mentais intactas. As que tinham nível básico escolar tinham de quatro a cinco vezes mais chance de integrar o grupo.

2 – Pare de fumar: não fumantes figuraram mais tempo no grupo de pessoas sem nenhum declínio mental.

3 – Se exercite: pessoas que mantêm atividades físicas pelo menos uma vez por semana tiveram maiores chances de manter a memória.

4 – Se mantenha socialmente ativo: as pessoas que viviam com alguém ou faziam trabalhos voluntários tinham uma chance maior de ficar no grupo dos que mantiveram a memória intacta.

É claro, que além disso, existem outros fatores incontroláveis. O estudo mostrou que negros tiveram maior perda das funções cognitivas com a idade, assim como pessoas com hipertensão, diabetes ou um gene chamado apolipoproteina E, carregado por aproximadamente 25% da população mundial. Porém, mesmo que você não tenha terminado os estudos ou algum outro fator que você não possa mudar, você ainda pode desafiar seu cérebro, de acordo com Alexandra Fiocco, que participou da pesquisa. Ela afirma que o jeo9t mais fácil de fazer isso, é participando de atividades sociais, como trabalhos voluntários. “O isolamento é muito perigoso”, diz.

Atividades em dia

Michelle Carlson, diretora do Centro de Envelhecimento e Saúde de Baltimore (EUA) concorda com as descobertas quanto à atividade social e física. Seu grupo de estudos está realizando uma pesquisa em que homens e mulheres mais velhos fazem trabalhos voluntários, ensinando técnicas de leitura para crianças e adolescentes. Fazendo imagens cerebrais dos voluntários, Carlson e a equipe demonstraram que as pessoas tiveram grandes melhoras em seus cérebros, assim como acont4eceu com um grupo que fez exercícios físicos – e nem precisa ser muito. Os benefícios dos exercícios físicos foram vistos em pessoas que andaram um total de 90 minutos por semana (menos de 20 minutos por dia.

Kirk Erickson, da Universidade de Pittsburgh (EUA), afirma que nunca é tarde demais para começar a se exercitar. “Mesmo quem passou a vida inteira sendo sedentário, pode se beneficiar dos exercícios”, diz Erickson. Ele afirma que caminhar três vezes por semana por meia hora é suficiente para aumentar as funções cognitivas do cérebro e reverter os efeitos do tempo. Outra coisa importante para manter seu cérebro saudável é ser intelectualmente curioso, de acordo com o pesquisador, que deixa a dica:”Não tenha medo de aprender novas coisas, vá atrás do que você acha interessante e tente procurar novos caminhos pçara sua mente trabalhar (CNN) .

Fonte> Hscience.com

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Aprender a envelhecer.


Quantas vezes não teremos todos ouvido esta frase: "Quando isso acontecer, poderei morrer"!

Há expressão que mostre mais claramente até que ponto somos impelidos por um objetivo vital concreto? Por que, então, essa rejeição tão taxativa da terapia ocupacional por parte dos velhos?

Permito-me recordar umas palavras de um psicólogo:

"Até agora, tem-se tratado do tema partindo de duas idéias errôneas: primeiro, que o velho se sente feliz desligado da sua atividade profissional; segun do, que tem a. inteligência prejudicada. Nem uma coisa nem outra é verdade. Por um lado, com a velhice, aumentam as aptidões para aquilo em que se trabalhou durante toda a vida; por outro, pode abrir-se um campo novo de atividade. Um exemplo: com muita freqüência, os funcionários públicos que se aposentam por limite de idade caem no vazio e morrem; já na polícia alemã se verifica um dos maiores índices de longevidade. Por que será? Muito simples: só entram na corporação aos vinte e um anos - o que quer dizer que tiveram a possibilidade de aprender outra profissão - e são aposentados aos sessenta: isto é, ainda podem dedicar-se a uma nova atividade ou cultivar determinado gosto ou inclinação".

Cultivar determinado gosto ou inclinação, este é o ponto em que se costuma falhar. O homem, geralmente obcecado pelo seu trabalho, não só não cultiva as suas inclinações como as rejeita inconscientemente, não aconteça que o distraiam da sua "luta pela vida". Quanto à mulher, também tem as suas razões: "Já me bastam as tarefas da casa"; "o meu trabalho é um trabalho sem fim".

Assim como deveríamos procurar conhecer sempre os limites da nossa própria vida com relação à vida que nos rodeia, embora estejamos imersos nela, deveríamos também aspirar a que o trabalho ocupasse na nossa existência o seu lugar preciso e deixasse pelo menos uma janela aberta através da qual as nossas inclinações pessoais pudessem respirar. Porque, ao chegar a velhice, "o homem - diz o prof. López Ibor - recupera a liberdade perdida e pode dedicar-se ao que sempre lhe interessou e que, pelas necessidades da vida, não pôde realizar".

Lembro-me agora da minha avó materna que, aos setenta anos, começou a escrever poesia e se dedicou a aprender piano, aliás, diga-se de passagem, com pouco sucesso. Ou, para sermos mais universais, de Sócrates, que, depois de ter sido condenado a tomar cicuta, se pôs a aprender a tocar harpa. Aos discípulos que lhe perguntavam por que se empenhava nisso, sabendo que lhe restava tão pouco tempo de vida, respondeu-lhes com um sorriso de impressionante naturalidade: "Para sabê-lo quando morrer".

A história antiga e de épocas posteriores retém nomes de pessoas cuja produção artística, intelectual, etc., foi notável nas últimas idades da vida. Já Cícero mencionava no seu De senectute o caso de Sófocles, que compôs tragédias na mais alta velhice. Parecendo que descuidava por causa dessa ocupação a administração dos bens familiares, os filhos pediram a sua interdição. Diz-se que o velho narrou então aos juízes a tragédia que acabava de escrever, Édipo em Colona, perguntando-lhes se lhes parecia que estava fora do seu juízo. Foi absolvido.

Goethe terminou o seu monumental Fausto aos oitenta e dois anos, Lamarck concluiu a sua História natural também depois dos oitenta, Cervantes terminou o D. Quixote aos sessenta e oito.

Entre os pintores, Ticiano trabalhou quase ininterruptamente com grande criatividade até os noventa e nove anos: um dos seus quadros mais famosos, A batalha de Lepanto, foi pintado aos noventa e oito. E Michelangelo traçou o plano da grande cúpula de São Pedro aos setenta e oito.

Entre os compositores, Verdi compôs Otelo aos setenta e quatro anos e Falstaff aos oitenta; Haendel escreveu aos setenta e dois anos o seu Triunfo do tempo e Rossini a sua Missa quando beirava os noventa.

Se não há dúvida de que, ao chegar a certa idade, o ser humano tende a perder a memória mais recente e a "viver de recordações", isso acontece quando desiste de levar a cabo uma atividade, quando deixa de interessar-se pelas coisas, quando não faz o esforço de situar-se no dia de hoje e encará-lo de olhos postos no futuro. Quantas vezes não ouvi afirmações como esta, de lábios de pessoas de quase oitenta anos:

- Eu não vivo no passado. Tenho lembranças, como sempre as tive, mas vivo o dia de hoje. E a morte não me assusta: será uma passagem.

Isso mesmo queria dizer a minha tia - a única irmã viva de meu pai, que mora num lar de senhoras idosas nos arredores de Barcelona -, quando me confiou:

- Só peço a Deus que me conserve isto pelo tempo que me reste de vida. Aqui sinto-me feliz, vou à Missa, dou longos passeios, organizo números cômicos que representamos para grupos de crianças, e respiro o ar puro e o aroma dos pinheiros e das plantas. Que paz!

Um espírito simples, que precisamente na sua velhice vive a fase mais criativa da sua vida. Talvez tivesse nascido para isso, para dar alegria e fazer rir os outros, mas só agora viera a descobrir essa vocação que as circunstâncias lhe tinham ocultado.

Não lhe perguntemos pela sua infância e juventude, enquanto a acompanhamos num passeio pelos "seus" laranjais e fileiras de beringelas; será sempre parca em palavras. Mas peçamos-lhe que nos mostre as suas fotografias mais recentes: disfarçada de galã, com bigode, chapéu-coco e bengala; vestida de noiva, envolvida num lençol que se arrasta pelo chão a modo de cauda; ou encarnando uma menina travessa, de bochechas coloridas, um grande laço de papel na cabeça e uma corda de pular na mão...

- No fim, as freirinhas choravam de tanto rir - comentará.

E leremos alegria em cada uma das suas tensas rugas, no seu rosto redondo e no seu olhar.

"Nos olhos dos jovens, há claridade; nos dos velhos, luz", escreveu Jouvert.

Fonte: "Aprender a Envelhecer", Clara Janés - Luz María de la Fuente, Editora Quadrante, São Paulo, 1994, pp.17-21.

Terapia ocupacional na terceira idade.


Há pouco tempo, durante uma avaliação de uma idosa de 64 anos, ouvi uma frase que dizia exatamente: “Velhice é sinônimo de doença”. Fiquei pensando sobre isso e acredito , na prática clínica, que doenças existem, de fato: artroses, pressão alta, diabetes, sequelas de “derrame”. Entretanto, o que realmente penso é que existe doença, mas pode haver, também, qualidade de vida. E, muitas vezes, não há doença nem mesmo doenças, se as prevenimos e nos cuidamos.

A terapia ocupacional é uma profissão da saúde que trata e reabilita o cliente, a fim de que ele esteja apto para realizar suas atividades do cotidiano: banho, alimentação, trabalho, lazer, entre outras. Buscamos no tratamento a independência e a autonomia. Detectamos se existe ou não um problema na execução dessas atividades, ou se essas atividades devem ou não ser estimuladas para evitar um déficit posteriormente. Quando não é possível que o idoso faça suas atividades, usamos ou criamos adaptações para que ele continue a desempenhá-las.

Atuamos, portanto, na área de prevenção, manutenção e reabilitação. Lidamos com a população saudável até as mais comprometida e objetivamos a manutenção das funções físicas e cognitivas, para que os clientes consigam se preparar também para perdas que possam vir a ocorrer, tais como diminuição da força muscular, dificuldades de movimentações, diminuição do lazer… e em todos os casos o mais importante, para nós, é manter a qualidade de vida.

Assim, o terapeuta ocupacional tem um grande trabalho a realizar em núcleos de atenção ao idoso, grupos de preparação para aposentadoria em empresas, postos de saúde, programa do governo, clínicas especializadas, consultórios, atendimentos domiciliares e hospitais.

Sabemos como é difícil e incômodo nos tornarmos pessoas dependentes, parcial ou totalmente, numa época da vida em que ainda nos vemos cheios de afazeres, trabalho, atividades físicas, grupos de amigos e compromissos. E, no entanto, anos depois estamos ociosos e acreditando que não somos mais capazes de continuarmos com tais atividades. É natural que os compromissos vão diminuindo, se modificando; os filhos crescem, casam, saem de casa, aposentamos… Mas temos de substituir, recriar e manter o que fazemos, redescobrir o que gostamos de fazer, o que nos dá prazer e felicidade.

Muitos acreditam que, quando chega a doença ou a velhice, a vida acaba, não sabendo que é possível se manterem ativos. Podem haver deficiências nas funções e estruturas do corpo que levem a limitações, restrições na participação na comunidade e na família e nas atividades da vida diária, mas mesmo assim é possível viver, e com qualidade, alegria. E o terapeuta ocupacional irá, junto com o idoso, promover a saúde, a independência e o bem-estar, para que seja possível continuar vivendo e se sentindo útil.

Renata Costa da Silva
Terapeuta Ocupacional

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Doenças crônicas atingem 3 em cada 4 idosos, afirma IBGE


No entanto, apenas 29% dos idosos têm plano de saúde, aponta estudo sobre a saúde no País

O estudo Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil 2009, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que as doenças crônicas, entre elas o câncer, já atingem 75,5% dos idosos do País.

No entanto, apenas 29% deles têm plano de saúde. De acordo com o IBGE, o Brasil envelhece rapidamente, mas os grandes centros urbanos, embora já apresentem um perfil demográfico semelhante ao dos países mais desenvolvidos, ainda precisam melhorar a infraestrutura de serviços para dar conta das demandas decorrentes das transformações demográficas.

Aqueles que dependem exclusivamente do sistema público, sofrem com a falta de infraestrutura, mostra o estudo. O Sistema Único de Saúde (SUS) registra falta de equipamentos para diagnóstico, com exceção da mamografia, enquanto que no sistema privado, todos esses aparelhos existem em número maior do que determina a legislação.

Em menos de 40 anos, o Brasil passou de um perfil de mortalidade típico de uma população jovem para um desenho caracterizado por enfermidades complexas e mais onerosas, próprias das faixas etárias mais avançadas. O fato marcante em relação às doenças crônicas é que elas crescem intensamente com o passar dos anos: entre os de idade de 0 a 14 anos, foram reportados apenas 9,3% de doenças crônicas, mas entre os idosos atinge 75,5% (69,3% entre os homens e 80,2% entre as mulheres).

O idoso consome mais os serviços de saúde, as internações hospitalares são mais frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior devido à multiplicidade de patologias, quando comparado a outras faixas etárias. De acordo com o IBGE, entre os idosos, o custo da internação per capita tende a aumentar à medida que a idade avança, passando de R$ 93 por idoso na faixa etária de 60 a 69 anos, para R$ 179 entre aqueles de 80 anos ou mais. Os homens idosos apresentaram, em 2006, um custo per capita (R$ 100) menor do que as mulheres (R$ 135).

Planos de saúde

A cobertura dos planos de saúde entre os idosos é de aproximadamente 5 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade, representando 29,4% do total da população nessa faixa etária. A pesquisa mostra que o acesso aos equipamentos de diagnóstico por imagem no SUS e na rede privada é desigual. No sistema público, há carência de todos os aparelhos, exceto o de mamografia. Na oferta a pacientes com planos de saúde, há abundância em todos os equipamentos.

Em relação à tomografia computadorizada, enquanto a média dos países analisados é de 13,8 equipamentos por 1 milhão de habitantes, o Brasil tem um índice total de 4,9, segundo um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A oferta privada, no entanto, (30,8 por 1 milhão de habitantes em 2005) é semelhante à dos Estados Unidos (32,2 por 1 milhão de habitantes).

Há também desigualdade na distribuição regional dos equipamentos de imagem. Nas regiões Norte e Nordeste há oferta menor que o preconizado para os equipamentos mais complexos e caros, mantendo-se lá um índice mais baixo que nas demais regiões para todos os equipamentos. Por outro lado, as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste mostram valores semelhantes, sendo que o Centro-Oeste supera as outras duas no raio-X para densitometria óssea e no ultrassom.

Fonte: O Estado de São Paulo

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma visita muito louca!


No sábado dia 03/10 recebemos a visita do grupo de grafiteiros OS MUITOS LOUCOS. O grupo fez uma doação de alimentos que arrecadou na festa de comemoração de 20 anos.
Além da doação especial se dispuseram a grafitar uma das paredes da sala dos idosos para dar um brilho especial ao ambiente. Só precisamos agora conseguir a doação das tintas e dos materiais necessários. Se quiser contribuir com esta ação entre em contato com a Raquel Brandão na entidade, no telefone 2035-5717 ou pelo email brandao.raquel@terra.com.br.
Sua participação e colaboração são fundamentais.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

PODCAST CUIDAR DE IDOSOS 2

por Márcio Borges

No segundo podcast desta série falaremos sobre O CUIDADOR E A SUA RELAÇÃO COM A FAMÍLIA DO IDOSO . É um assunto extremamente importante para os cuidadores e para as familias.

Para ouvir, é só apertar o botão de play. Ou se quiser escutar mais tarde, faça o download do podcast em mp3 e ouça em seu player MP3 ou IPOD.
O CUIDADOR E A SUA RELAÇÃO COM A FAMÍLIA DO IDOSO [13:23m]: Play Now | Play in Popup | Download

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Participação e Solidariedade!


O Sr. Silvio Nunziatto, da Intermares Trading, doou para a entidade 1000 fraldas geriátricas.

Fraldas Geriátricas são uma necessidade permanente da entidade assim como outros materiais de uso específico como por exemplo luvas de procedimentos.

Faça como o Sr. Silvio, participe e colabore.

Os nossos idosos agradecem.

Amigos da Vila Noah marcam presença novamente na entidade!



No dia 26/9 recebemos mais uma vez o grupo Amigos da Vila Noah, que organizaram a festa para os aniversariantes do mês de setembro. Os músicos Tito de Camargos e seu irmão Timóteo estiveram lá para alegrar a festa.

Viva os aniversariantes de outubro!

São eles:

- Dia 15 - Sr. Osvaldo dos Anjos
- Dia 19 - Dna. Isaura
- Dia 26 - Sr. Katsuo
- Dia 30 - Dna. Maria do Carmo
- Dia 31 - Dna. Zezita

E os colaboradores:
- Dia 03 - Dna. Francisca
- Dia 10 - Sr. Adão

Uma homenagem a todos que comemoram mais uma primavera neste mês:

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Vida social melhora atividade física e mental dos idosos

Publicado em 6/7/2009 no www.uol.com.br

Estar entre amigos e ter uma vida social ativa ajudam a preservar a saúde física e mental dos idosos, sugeriu um estudo do Centro Médico da Universidade de Rush, de Chicago (EUA).

A pesquisa identificou que como, em geral, os idosos gastam menos tempo engajados em atividades sociais sua função motora tende a piorar mais rapidamente. Apenas 10% das pessoas com mais de 65 anos realizam a quantidade recomendada de exercícios físicos de 2,5 a 5 horas por semana.

Outros estudos também indicam que estimular a atividade mental e a socialização na terceira-idade protege contra o avanço de doenças relacionadas à atividade cerebral.

Uma pesquisa que analisou 906 idosos, com idade média de 80 anos, em Illinois (EUA), durante um período de cinco anos, relacionou o aumento da vida social com a melhor realização de uma gama de tarefas, incluindo andar em linha reta e girar em círculos sem perder o equilíbrio.

As análises também consideraram que a redução na atividade social pode ser simplesmente um sintoma de declínio físico, uma vez que as pessoas podem naturalmente participar de menos compromissos sociais quando têm suas habilidades motoras diminuídas. Entretanto, a maioria dos pesquisadores concorda que é importante incentivar e motivar os mais velhos para se integrarem e se movimentarem mais, pois se tratam de hábitos que preservam a lucidez.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Dia 27/9 - Dia Internacional do Idoso

Para prestar uma homenagem aos nossos idosos, selecionamos uma série de comerciais onde os idosos são os astros principais.

Divirtam-se.





Dia do Idoso

Agora que a velhice começa, preciso aprender com o vinho a melhorar envelhecendo e, sobretudo, a escapar do perigo terrível de, envelhecendo, virar vinagre.

É tão importante saber envelhecer! Saber descobrir o encanto de cada idade. Sem dúvida, há limitações que a velhice traz.

Mas feliz de quem envelhece como frutas que amadurecem sem travo... Feliz de quem envelhece por fora, conservando-se em compreensão para com tudo e para com todos, caminhando, sempre mais no amor de Deus e no amor do próximo...

Quem conserva acesa a sua chama, quem mantém entusiasmo pelo que faz, quem sente razões para viver pode ter o rosto cheio de rugas e a cabeça toda branca, ainda assim é jovem!

Quem não entende a vida e não descobre a razão para viver e não vibra, não se empolga, pode ter vinte anos, mas já envelheceu.

Qualquer que seja sua idade, guarde estes pensamentos: "O importante não é viver muito ou pouco, mas realizar na vida o plano para o qual Deus nos criou.

As rosas, a rigor, vivem um dia. Mas vivem plenamente porque realizam o destino de graça e de beleza que vêm trazer à Terra."

Se sentirem que os anos passam e a mocidade se vai, peça a Deus, para si e para os que se tornam menos jovens, a graça, de envelhecendo, não azedar, não virar vinagre.

Cada fase em nossa vida é única, e como tal deve ser vivida... O dom da vida que nos foi dado, deve sempre ser valorizado no momento atual, pois não sabemos até quando vai nossa missão nesse pequeno espaço que ocupamos...

Saber amadurecer pode ser uma arte, mas com certeza, arte maior é saber desfrutar com todo sabor o doce de se tornar um pouco mais maduro a cada dia...

Autor: D. Helder Câmara

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fazendo a diferença na prática.


Neste último domingo, dia 20/9 a entidade recebeu a visita do grupo de colaboradores da Phibro de Guarulhos. O grupo intitulado Fazendo Diferença organizou um churrasco para os idosos. Levando muita alegria e carinho, as mais de trinta pessoas do grupo mostrou que cidadania se faz na prática.
A Colaboradora da entidade Raquel Brandão registrou o momento.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Histórias de Vida

Por Luciene C. Miranda

Um bem de valor inestimável que carregamos sempre conosco é nossa própria história de vida. Lembranças do nosso percurso por uma estrada cheia de curvas, sinalizações, belas paisagens, buracos na pista, lugares onde o sol está de rachar, noutros onde caem tempestades e trovoadas…

A história de vida de cada pessoa é única, por mais que as pessoas convivam juntas é impossível que as duas carreguem a mesma história, pois além de acontecerem situações diferentes cada um pode interpretá-las de uma maneira. Por exemplo, uma mulher pode ter belas recordações sobre a sensação do momento em que teve um filho, enquanto que outra pode focar sua lembrança nas dores horríveis que vivenciou naquele momento.

À medida que envelhecemos, percorremos mais quilômetros nesta longa estrada, adquirimos experiência e, consequentemente, vamos acumulando uma história de vida mais longa. Muitos idosos sentem grande prazer em compartilhar com os outros suas experiências de vida. Há poucos dias, conversei com uma senhora de oitenta e poucos anos, que eu não conhecia. Lúcida, muito simpática e com vontade de conversar, veio logo contar como havia conhecido seu marido, falecido há alguns anos. Logo fui me enveredando pelos detalhes da história, que, além de uma bela história de amor, trazia dados relativos aos costumes do Brasil há mais de sessenta anos: o "flertar", o fato de pretendentes a namorados pedirem permissão aos pais da moça para namorar, a recém-inserção da mulher no mercado de trabalho, as roupas da época, dentre outras características que modificam-se com o passar dos anos.

Uma outra coisa me chamou a atenção: ela relatou suas histórias com tanta alegria e entusiasmo, que em momento algum deixou transparecer tristeza pela perda do marido; transmitiu a saudade de alguém que até hoje marca presença em sua vida, que dividiu por muitos anos sua história de vida. A foto do casal pendurada na parede da sala, permite aos que chegam ali ver com seus próprios olhos uma história de amor que teve princípio, meio e fim. Porém o relato desta história de vida faz com que este fim pertença apenas ao domínio real, já que na esfera do simbólico esta história continua existindo em lembranças vivas e relatos afetuosos.

Infelizmente, muitos idosos não gostam ou não têm oportunidade de compartilhar sua história de vida, já que nossa sociedade acaba deixando os idosos em segundo plano e considera este tipo de atitude saudável como constante divagação repetitiva. As pessoas esquecem que o idoso pode ser um livro vivo de sua própria história e da história de um povo, de um país, de uma sociedade que viveu muitos anos e vivenciou muitos acontecimentos, alguns de grande importância para a história da humanidade.

É importante estimularmos este tipo de relato nos idosos, já que todos podem se beneficiar com esta interação. Importante ressaltar que na Doença de Alzheimer a memória de longo prazo é a parte da memória que fica preservada por mais tempo, por isto estimular o relato da história de vida é uma forma de manter este segmento da memória que ainda funciona ativo. Talvez, a partir do relato da história de vida do outro que nos situamos em nosso contexto histórico, ou mesmo que nos descobrimos como seres contemporâneos de um tempo diferente, porém que ainda carregam marcas deste passado que outrora foi presente de muitos outros, que ainda vivem conosco no nosso presente.


 

70% dos idosos sofrem de sedentarismo

Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas revela: 70% dos idosos brasileiros sofrem de sedentarismo.

Para contrariar esse número, um grupo, no interior paulista, mostra os benefícios da atividade física na terceira idade.

Assistam o video:






Idosos são as principais vítimas das quedas.

As quedas são a principal causa de morte acidental entre os idosos no Brasil.

Por ano, o governo gasta quase 50 milhões de reais com o tratamento de fraturas, que acontecem principalmente dentro de casa.

Assistam o vídeo.






segunda-feira, 14 de setembro de 2009

LIVRO TRAZ DEPOIMENTOS DE BRASILEIROS COM MAIS DE 70 ANOS E MUITOS PLANOS PELA FRENTE



viver para contar


Benedito Sbano tem 81 anos e é "homem de um emprego só". Ele tinha apenas dez anos quando pisou em um picadeiro por influência do pai, um ator de teatro mambembe. Não saiu mais. Há sete décadas, faz da maquiagem e do nariz vermelho seu uniforme de trabalho em Guaratinguetá, interior de São Paulo.

Apresenta-se em circos, teatros, escolas e clubes, sem planos de se aposentar e criando novas caretas a cada vez que se olha no espelho.

A 280 quilômetros dali, na também paulista cidade de Sorocaba, Ondina Maneli Rodrigues, 75, aposentou-se como costureira e, quando achava que iria passar o resto dos seus dias à toa na vida vendo a banda passar, descobriu uma nova atividade.

Há 20 anos, trabalha das 6h à meia-noite administrando a farmácia comunitária que surgiu em um cômodo de sua casa. Ondina começou ajudando um casal de velhinhos que se confundia com os medicamentos e hoje faz mais de mil atendimentos por mês.

Esses depoimentos estão no livro "Mestres do Tempo: Relatos do Século XX Para Viver o Século XXI", (ed. Gente, 128 págs., R$ 69,90), com lançamento previsto para hoje às 16h no Centro Cultural Rio Verde, na Vila Madalena. "O Brasil não valoriza os mais velhos. Eu quis mostrar a sabedoria dessas pessoas", afirma a autora, Alessandra Garcia Trindade, que trabalha como consultora cultural.

Nas páginas da obra, idosos ilustres como dona Canô, 101 (mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia), o compositor Paulo Vanzolini, 85, e a artista plástica Maria Amélia Arruda Botelho de Souza Aranha, 91, aparecem ao lado de anônimos.

É o caso do sorveteiro paulistano José da Costa Silva, 89. Ele foi alfabetizado no ano passado e, entusiasmado com a conquista, decidiu não sair mais da escola. Além das aulas convencionais, faz curso de canto e de artesanato.

A coletânea de biografias é o resultado de um ano de andanças pelo país à procura de boas histórias. "Viajei aos locais mais remotos, como o Bico do Papagaio, no Tocantins. Onde havia mestres do tempo, lá estávamos eu e o Drago", diz a autora.

Drago é o apelido de Victor Dragonetti Tavares, o fotógrafo do projeto. Hoje com 18 anos, ele foi escolhido quando tinha apenas 16. "Queria que as imagens tivessem o olhar de um jovem, para que os mais novos também se identificassem com a obra", explica Alessandra.

Após um ano clicando fisionomias enrugadas, Drago percebeu que idade é apenas um "dado estatístico", que não atrapalha os planos de quem insiste em viver. "Eu me sentia muito mais velho que eles, que têm mais sonhos e ambições do que eu", conta o fotógrafo.

E coloca ambição nisso: Geralda de Araújo, 71, ousa saltos inusitados de asa-delta; Raimunda Gomes da Silva, 69, viaja o mundo defendendo as catadoras de coco; João Borba, 74, está lançando seu primeiro CD; e o professor Hermógenes, 88, continua dando aulas de ioga em sua academia. Gente sem nenhuma pressa de se aposentar.


superação

A caçula do livro, Raimunda Gomes da Silva, 69, já viajou para Canadá, França, Bélgica, Estados Unidos e China como representante brasileira dos trabalhadores rurais e das quebradeiras de coco. Ninguém poderia imaginar isso da menina que nasceu em um povoado do Maranhão e, em vez de frequentar a escola, foi para a roça desde pequena. Casou-se muito nova e, aos 33, mãe de seis filhos, se viu abandonada pelo marido.

Foi quando Raimunda decidiu reagir e construir uma outra história. Começou a atuar como líder comunitária, aos 47 anos tirou o RG e o CPF para a primeira viagem e, desde então, não sai mais da estrada. Ela representa cerca de 400 mil mulheres de Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins que sustentam as famílias com a renda obtida com a quebra do coco-babaçu.



talento

João Borba era um paulistano de 18 anos, tocador de surdo (instrumento musical, um tipo de tambor), no dia em que o cantor que iria se apresentar no baile de Carnaval faltou. Apaixonado por rádio, logo foi chamado para substituir o oficial. Surgia, ali, um profissional de bailes, gafieiras e casas noturnas, além de compositor de sambas-enredo e artista internacional, com oito shows em Paris.

Hoje, aos 74 e à espera de seu primeiro CD, continua sendo visto em bares de São Paulo, cantando em samba a história de regiões como a Mooca e a Sé.

Fonte:http:Revista da Folha - Folha de São Paulo 13/09/2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Em plena atividade barbeiro Pedro Coutinho completou neste ano 95 anos



Por Haroldo Ceravolo Sereza


Pedro Coutinho é um dos mais velhos trabalhadores em atividade em São Paulo. É responsável, nas suas contas, por seis cortes de cabelo por dia, de segunda a sábado. Aliás, aos sábados, dia de salão cheio, ele corta ainda mais. E seus clientes saem com o visual renovado do Salão Ideal, na avenida Angélica, pertinho da praça Buenos Aires, em Higienópolis (região central da cidade).

"Eu prefiro cortar cabelo. Eu acho que cabelo é mais gostoso para trabalhar. Eu trabalhei muito com aquelas navalhas antigas", conta ele. Navalhas daquelas que não se usam mais, que era preciso afiar. "Ah, eu tenho uma máquina daquelas manuais, o senhor quer ver?", pergunta, lembrando-se da ferramenta usada quando as máquinas usadas para deixar bem curtos os cabelos, estilo militar, ainda não usavam eletricidade.

Coutinho é detalhista, não se esquece de nada. Pede para o cliente lavar o cabelo antes de começar. Depois que o cliente se senta, o barbeiro se abaixa, pega a capa que protege contra os pequenos fios de cabelo, cobre o cidadão e começa. Na frente da cadeira, sobre uma toalha, estão as tesouras e os pentes a que Coutinho recorrerá para fazer o trabalho, que faz com agilidade, especialmente quando se considera sua idade. "Eu gosto de ter várias tesouras. Mania minha, porque não precisava tanta tesoura, né?"

O dia do seu Pedro, como é chamado no salão, começa cedo. "Eu acordo às 4h. Lá pelas 6h, venho para cá. Pego o ônibus no metrô Marechal e desço aqui na praça Buenos Aires. Para voltar eu pego o Lapa aqui no ponto, ou então o Casa Verde, que me deixa bem pertinho da minha casa."

"Ele chega aqui pelo menos umas quatro horas antes de mim", diz o barbeiro Carlos Roberto Oliveira, 65 anos, que herdou do pai a sociedade com Pedro. "Eu estando trabalhando, eu esqueço da vida, eu esqueço de tudo", diz Pedro.

À noite, ele volta para casa com sua mulher desde 1947, Dúria Pardo Coutinho, de 81 anos, que vai buscá-lo todos os dias, porque Pedro dorme cedo, por volta de 21h. É também ela quem faz a comida do marido, que leva na hora do almoço, todos os dias, para o barbeiro comer no próprio salão. "Porque ele não come em bar", explica ela. No cardápio, arroz, feijão, legumes como jiló. Aos domingos, macarrão.

Domingo, aliás, é um problema. Porque seu Pedro não trabalha. "Domingo eu durmo um pouco mais, assisto um pouco de televisão, passo o dia em casa. Mas eu não gosto de domingo, não, viu?"

Como tem problemas de audição, um problema hereditário, segundo Dúria, Pedro não fala muito. Pelo menos quando o aparelho que usa não está funcionando, um problema que já estava resolvendo.

Pais de três filhos, um do primeiro casamento (ficou viúvo) e dois com Dúria, Pedro atende no mesmo endereço há 54 anos, praticamente desde que chegou de São José do Rio Preto. Mas aprendeu a profissão no interior, numa cidade chamada Potirendaba, quando ainda morava no sítio e "puxava enxada" na lavoura de café.

"Lá não tinha escola. A gente ficava vendo o barbeiro cortar e aprendia olhando."
Depois de 20 anos cortando o cabelo no interior, a convite de um compadre, aportou em São Paulo.

O salão foi mudando de dono até que Pedro e outros colegas assumiram a direção do negócio.

Tempos difíceis? Só quando os cabelos compridos ficam na moda. Na época do cabelão, conta, os garotos iam cortar cabelo, chegavam na escola, o professor mandava voltar: "Vai cortar o cabelo, você não cortou nada, tem que cortar mais", diz, dando voz ao professor-tipo que dava aulas a seus clientes. "Foi uma época difícil, viu? Caiu o movimento aqui, ninguém queria cortar o cabelo."

E por que seu Pedro continua na ativa, tantos anos depois de poder se aposentar? "Porque eu gosto de trabalhar e eu acho que o trabalho prolonga a vida da gente, viu? Não dá para ficar em casa, não. Aqui, as horas passam, a gente conversa com um, conversa com outro."

No dia 27 de junho ele fez 95 anos.
_________________________________

Fonte: UOL Notícias – 27/06/2009.

Ginástica cerebral ajuda na recuperação da memória

Ginástica cerebral ajuda na recuperação da memória- os exercícios de memória são um grande aliado para quem sofre com frequentes esquecimentos. Mas uma técnica, chamada de ginática cerebral, promete ajudar os mais esquecidinhos.